terça-feira, 30 de março de 2010

Disco da semana 2

Como sugestão para quem não pensa em ficar de penitência neste feriado de Páscoa, segue uma aula de como fazer pop rock. Armed forces é o terceiro disco de Elvis Costello e é duplo. Como boa pedida deste disco, indico Accidents will happen, Oliver's Army, Watching the detetives e a pérola do disco, (What's so funny 'bout) Peace, Love & Understanding.

Figurinha 6 - a primeira vez

Antes de passar alguns dias fora da cidade, queria aproveitar e colar uma figurinha bastante significativa para mim.

A vinte anos, eu ia pela primeira vez a uma partida de futebol. E para marcar esta data, segue uma foto do majestoso Estádio Orlando Scarpelli.



Era um domingo, primeiro de abril de 1990 (felizmente, hoje em dia existem recursos para provar certos fatos. O blog do Roberto Luiz dos Santos Vieira ajudou-me a garantir a veracidade da história). Enfrentariam-se Figueirense contra a equipe do Caçadorense.

Pouco depois do almoço, meu pai convida-me e outro irmão para irmos ao jogo. Convite aceito, ele inicia a preparação de algo que na realidade do futebol atual seria impensável: uma cesta de piquenique, com bolo, laranja e suco.

Chegando ao estádio e acomodando-nos (por curiosidade, ficamos exatamente aonde ficaria no futuro a torcida dos Gaviões Alvinegros. No futuro porque esta torcida seria criada no ano seguinte), lembro como se fosse ontem do conselho que meu pai nos deu: ver jogo no estádio é diferente de ver na televisão. Aqui vocês terão de mexer a cabeça de um lado a outro para poder ver o jogo.

Dito isto, as lembranças que tenho do jogo eram a do goleiro do Caçadorense, que era extremamente atrapalhado (que se não me falha a memória, chamava-se Galina) e do goleiro do Figueirense, Peçanha. Peçanha que para mim faz parte do seletíssimo grupo de ídolos alvinegros.


Atualmente, Peçanha segue ligado ao Figueirense, trabalhando como treinador de goleiros.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Figurinha 5 - O Clássico

Na noite desta quarta-feira 24 de março acontecerá mais um encontro clássico dos times de Florianópolis.














Este encontro é o ponto alto do futebol catarinense e causa rebuliço nesta ilha de casos e ocasos raros. Li em algum lugar, durante esta semana, que este será o encontro de número 390. Indiferente ao número exato, são mais de oitenta anos de história.

Ao fazermos um diagnóstico do momento das duas equipes, o Figueirense vem num crescente produtivo enquanto o Avaí está estagnado tecnicamente. Mas todo esse prognóstico de nada vale para esta partida em especial.

Muitos destes encontros acabam entrando para a história por alguns fatos quase que exclusivos de encontros deste nível. Já houve clássico onde uma forte névoa surgiu do nada, interrompeu a partida, e da mesma forma que chegou, saiu; houve o clássico do Johan, o clássico do Ramon, o clássico do fogo nas cadeiras, o clássico do refletor apagado, o clássico do Créu (este favorável ao rival), e dizem os mais antigos que já houve até mesmo clássico onde o árbitro expulsou todos os 22 atletas em campo!















Certo mesmo é que uma agremiação não vive sem a outra. E que o torcedor da equipe contrária terá desejos de sumir em caso de derrota.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Figurinha 4 - elegia à velha Desterro

Neste último fim de tarde de verão queria colar uma figurinha especial, daquelas que nos álbuns de mercearia valeriam a troca por algum prêmio. Na próxima terça-feira, 23 de março, minha velha e calejada cidade natal completa mais um ano de existência. Vasculhei a rede inteira atrás de uma foto que representasse a minha fotografia desta cidade, e encontrei algo muito próximo ao que eu consideraria a foto perfeita.

Nada de pontes, nada de praias, nada de vistas panorâmicas. É este instantâneo que melhor representa a cidade para este que aqui derrama estas linhas.


Uma das melhores lembranças que tenho da infância era a ida ao centro da cidade (lá embaixo, como costumava dizer minha mãe, nativa que é). Como ela fazia roupinhas de criança sob encomenda, volta e meia havia a necessidade de ir ao centro comprar tecidos e aviamentos. E como éramos pequenos, íamos juntos.

Aí nesta esquina eternamente paralizada nesta foto, à esquerda havia uma confeitaria que minha mãe sempre nos levava para comermos uma coxinha com Laranjinha Max-Wilhelm. Infelizmente, esta confeitaria só existe na memória de quem aqui mora a mais de um quarto de século.

Na esquina seguinte, na direção da foto (ou seja, no sentido Praça XV para a Ponte) havia um fotógrafo onde íamos com alguma frequência. Época artesanal, onde bater fotos era quase um ritual. Diferente de hoje em dia, onde em poucos minutos uma pessoa com máquina pode rechear álbuns de fotos que levaríamos meses para enchê-los. Era uma esquina alegre, colorida por bolhinhas de sabão. Outro dia passei por esta esquina e espantei-me ao perceber que as bolinhas de sabão ainda estavam ali. Invisíveis, entretanto...

Para mim esta é a verdadeira beleza da cidade. A beleza não está em ver a ponte, que para mim não passa de um monumento, mas sim no hábito de arrumar-me para atravessá-la e ir ao centro. Não está em ir à praia e ouvir as gírias da moda, está em ir às compras e ouvir a balconista te perguntar: "queira mais?" Não está em ter uma cidade divulgada e decantada pelos quatro cantos do mundo, mas sim está em guardá-la bem escondido. Como se fosse um tesouro.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Disco da semana 1


Outra seção bacana que gostaria de incluir neste blog é uma sugestão musical.

Iniciamos com este disco. It`s five o'clock, da banda grega Aphrodite's Child. Boas músicas deste disco são Let me love, let me live, Good time so fine e Such a funny night.

Podemos assistir ao vídeo da faixa título. Que divirtam-se!

Figurinha 3

Em 15 de março de 1965, Mafalda começa a aparecer diariamente no Mundo, de Buenos Aires (fonte). Ainda que talvez a "data de nascimento" da personagem não seja exatamente esta, vale a coincidência da data.

Mafalda é uma pequena menininha argentina que tem uma preocupação enorme com a situação mundial e social, de forma a criar situações embaraçosas aos seus pais com suas perguntas inquietantes. Tem uma turminha de amigos de personalidades igualmente marcantes que provavelmente serão figurinhas futuras.

Vale como registro uma suposta carta que circula pela internet (que foi "copiada" da comuna Mafalda Argentina do Orkut) que Miguelito envia-lhe no futuro, num de seus aniversários. É uma carta tocante, que faz pensar que valeu a pena que Quino não permitiu que a turminha crescesse para ter tal destino. Segue a carta sem a tradução (que poderá ser providenciada caso haja o interesse):

' "Carta de Miguelito a Mafalda"

Querida Mafalda: En este día tan especial me acordé de tu cumpleaños...

¡Como pasa el tiempo!

Nacimos en el corazón de un país que soñaba. ¡Cuántas utopías! ¡Cuántos deseos de crecer, de mejorar las cosas!.
Nos tocó convivir con un tiempo de hombres creativos:
Luther King, Che Guevara, Juan XXIII, John Kennedy; nos trasmitieron el sentido de la justicia, el valor de los sentimientos, la maravillosa aventura de pensar con la propia cabeza.

Ayer me preguntaba por nuestra amiga Libertad, aquella pequeñita que un día encontraste en una playa, no me acuerdo si era Santa Teresita o Mar del Tuyú, me acuerdo todavía cuando la presentaste a tus padres. Era vivaracha y quemadita por el sol de febrero. ¿Dónde vive Libertad? ¿Es verdad que la mataron durante la dictadura?. Dicen que la torturaron y su cuerpo desapareció en el Río de la Plata. Me cuesta pensar que se murieron sus sueños. ¿Y si vive? ¿Estará filosofando sobre la fragilidad de las cosas y el sentido de la vida?

¿Que fue de Susanita? ¿Se casó? ¿Pudo realizar su vocación de ser madre? La imagino viviendo en alguna ciudad de provincia, paseando del brazo del marido (un hombre bajo y calvo) en una tarde de verano, contenta con sus hijos y cuidando el primer nieto, realizada como tantas comunes mujeres.

Supe de Manolito, que perdió sus ahorros durante el corralito y no soportó tanta crisis. . Los últimos días lo vieron cabizbajo, murmurando palabras incoherentes, abandonado como un mendigo en una estación de trenes, triste y abatido como tantos.

Sé que Felipe vive en La Habana, que probó con el cine, que tiene un taxi y que habla a los turistas de Fidel y de la revolución con el mismo entusiasmo de cuando vivía en Buenos Aires.

A Guille, tu hermano, lo escuché tocar, hace poco, en la Scala de Milano. Vive en Ginebra, nunca se arrepiente de haber emigrado en los últimos años de Alfonsín, me contó que es feliz con su nueva pareja.

Y vos, querida amiga, ¿como estás? Hace tanto tiempo que no tengo noticias tuyas.
Sé, por otros, que seguís escuchando la radio, que leés los diarios del mundo, que te duele el Irak como te dolía Vietnam, sé que trabajas para la FAO por los pueblos del hambre, que estás indignada por la prepotencia de Bush. Me llegó tu pedido para juntar medicinas para los Médicos sin Fronteras, sé que siguen las reuniones en tu casa de París, que estás confundida, inquieta y preocupada por el futuro del mundo.....

En fin, Mafalda, sé lo suficiente como para saber que seguís viva, viva en el alma, niña como siempre.

De parte mía sigo escribiendo siempre, renegando porque me falta tiempo; creyendo, como siempre, en el valor de la sinceridad, perdiendo oportunidades por manifestar mis ideas. Algunos días estoy triste y deprimido, pero puede siempre más la alegría que la tristeza..

El mundo no mejoró mucho desde la época en que vivíamos juntos en nuestra patria. A veces, cuando miro el globo terráqueo, encuentro tu mirada, pienso en todos aquellos que lo miran como vos, en los ojos de los que protestan, de los que no se conforman, y de los que viven en la atmósfera del optimismo y de la justicia.

Esos ojos, junto a los míos, te desean un buen día, querida amiga, por otros cuarenta años tan intensos y jóvenes como los que has vivido.

Un beso grande de tu amigo que te quiere como siempre.

Miguelito. '

Figurinha 2

Uma vez colada a figurinha do ídolo de infância, é a vez do ídolo da razão.

Rodrigo Fernandes Valete, futebolisticamente conhecido como Fernandes, é um atleta com imagem fortemente vinculada ao Figueirense. Apesar de passagens curtas e sem muita expressão por outros clubes nacionais, é no Alvinegro Querido que ele fez história. Com mais de 300 partidas defendendo esta gloriosa equipe e quase 100 gols pela mesma (marca que em breve ele poderá ter alcançado - talvez até possa tê-la conquistado, quando alguém estiver folheando este álbum), Fernandes tem tudo para ser eternamente lembrado como o maior jogador da história do Figueirense.

Não apenas o caráter exemplar e a fidelidade a um único clube unem Fernandes e Zico. Ambos também dividem a data de aniversário. Por isso aí vai uma saudação aos que completam anos em 03 de março.

Figurinha 1

Certa vez ouvi um comentarista, acredito que foi o Claudio Carsughi, que dizia que em toda sua vida só teve dois ídolos na Fórmula1. O primeiro deles é o ídolo da emoção, de quem tinha sido fã na infância, quando ainda não tinha muito conhecimento do esporte. O segundo é o da razão, de quem a admiração veio depois de adquirir um certo conhecimento do esporte.

Arthur Antunes Coimbra, futebolisticamente conhecido como Zico, foi o maior jogador da história do Flamengo. Indispensável falar dele como desportista. Mas fica o registro de que ele sempre mostrou-se um ser humano excepcional, interessado em constantemente melhorar sua performance em campo (ele costumava ficar sempre depois dos treinos praticando a pontaria, onde colocava uma toalha na trave e tentava derrubá-la), além de ter defendido exclusivamente um único clube no país. É um raro caso de dedicação e paixão por um clube esportivo no Brasil.

Interlúdio

De acordo com meu velho e surrado dicionário:
interlúdio (música), é o trecho que se intercala entre as diversas partes de uma composição. Pois bem, após este simbólico interlúdio inconscientemente forçado, estamos de volta ao blog.

Não que mereça uma justificativa, mas o período de tempo após a crônica inicial (e que me perdoem os puristas de internet, mas sempre que possível procurarei usar termos próximos da língua de Camões para exprimir as ideias) talvez tenha sido o período mais intenso de toda minha existência. Num curto espaço de tempo tive a sensação de participar de um torneio esportivo de proporções razoáveis, tive o sonho realizado de participar de uma banda numa apresentação (além do barato de conhecer a vida em estúdio), o sonho de ter finalmente uma profissão, tomar chuvas inesquecíveis acompanhando o Alvinegro Querido e outras coisas mais. De quebra ainda conquistei uma gripe daquelas enjoadinhas e mais um ou outro tropeço que deixaremos de lado por ora. Afinal, lembrando do padre dos balões, quando mais alto o voo, maior a distância que poderemos cair.

De volta estamos, e pronto pra inaugurar uma seção que espero que divirta a todos os visitantes. Quando era criança, numa dessas campanhas que costumavam fazer para ajudar algumas instituições, que se não me engano era até o Hemosc, nos foram oferecidos várias revistas e artigos similares para venda. Eu escolhi comprar o álbum do campeonato brasileiro de 1992. O bacana foi que nos pacotes que vieram de brinde vieram exatamente todas as figurinhas do ábum, de forma que completei o álbum sem ter figuras repetidas. No ano seguinte resolvi iniciar a coleção por conta própria. Mas como tinha poucas condições, não consegui chegar aos 40% do álbum. Só que o gosto ficou, e é por isso que gostaria de inaugurar o Album de Figurinhas da Caderneta de Cultura Inútil!
Caso apareçam algumas figurinhas repetidas poderemos trocar, de acordo?
Pois vamos começar a colá-las!